sábado, 31 de março de 2012

sexta-feira, 30 de março de 2012

conselhos ás senhoras casadas








Eis diversos conselhos ás senhoras, que se fossem seguidos, fariam não só a felicidade dos maridos como das suas caras metades, assegurando assim a paz domestica. Antecipadamente deve convencer-se e que há dois meios de governar uma familia, um pela expressão de vontade que pertence á força; o outro pelo irresistivel poder da doçura, que é muitas vezes superior á força. O primeiro pertence ao marido - a mulher só deve usar do segundo. A mulher que diz «eu quero» deve perder a parte que lhe cabe no governo da familia. A mulher deve evitar sempre contradizer o seu marido. Quando se colhe uma rosa só se espera o prazer dos perfumes, assim da mulher só se deve esperar o agrado. A mulher que se constitui em continuada oposição, é vitima da aversão, aumentada pelo tempo, e de que a não livram todas as qualidades boas que a adornem. Não deve intrumeter-se nos negócios de seu marido e só esperar que ele lhos confie - assim como não deve aconcelhá-lo senão quando ele a consultar.
Não deve mostrar-se irascivel nem altercar com seu marido. Deve dar o exemplo praticando virtudes, porque é a maneira de as fazer praticar. Não exigir coisa alguma, para obter muito; e mostrar-se sempre satisfeita com as dádivas de seu marido, para que o excite a fazer-lhe outras.Muitas vezes os homens são vaidosos e insuportaveis, mas nem por isso se deve contradizer essa vaidade, ainda nas coisas mais livres; e por muito superior que uma mulher se julgue a um marido deve sempre mostrar que não conhece essa vantagem. Quando o marido estiver em erro é conveniente não lho demonstrar logo, e sim por maneiras convenientes; e com doçura e carinho levá-lo a pensar melhor; deixando-lhe sempre o mérito de ser ele quem acertou com o que era menos justo e acertado. Responder sempre ao mau humor de seu marido, com afectuosidades; a seus desacertos com bons concelhos e não se valer nunca de qualquer falta que ele cometesse para lh'os lançar em rosto nem humilhá-lo.
Fazer uma boa escolha das suas amigas, ter poucas, e desconfiar sempre de seus concelhos - nem dar crédito a intrigas para se não tornar odiosa a seu marido nem á sociedade. Gostar muito do aceio; nunca do luxo; vestir-se com elegância mas sempre com decência. Variar o feitio dos seus vestidos e sobretudo as cores; porque se um dia em que se vestir de escuro, por exemplo, houve algum desgosto - no dia seguinte deve vestir-se de branco- porque desta forma distraírá as ideias , evitando recordações desagradáveis. Este concelho parece pueril, mas é pelo contrário mais importante do que se imagina; e muitas mulheres há que bem compreendem o império que exerce nas ideias.
Não se imtrometer nos negócios do marido é atrair-lhe a sua confiança, confiando-lhe todos os seus segredos- observando a maior ordem em tudo , e nunca se aborrecer da sua casa nem do seu estado para que o marido não ache outra mais agradável.Dar sempre a entender que tem em muito apreço as luzes e o conhecimento de seu marido, encarecendo-o sempre, e muito mais diante de estranhos; ainda que para isso seja preciso fazer passar por menos sensata a sua opinião - porque a mulher é sempre levada á altura da apreciação que faz do seu marido. A mulher deve deixar a seu marido a liberdade de suas acções - deve enfim fazer a companhia tão gostosa a um marido, que ele não possa passar sem ela; e que os prazeres fora de casa lhe sejam sempre insipidos quando os não partilhe a sua esposa.


Não sei quem escreveu, mas serve para nos mostrar como era a vida das mulheres do século passado, e como elas, inteligentemente e com doçura conseguiam ter poder junto do seu marido.

quinta-feira, 29 de março de 2012

O amor é liberdade

TEMPO CONTADO: Sem peias nem travões

Li-o para o meu marido,que por ser inseguro de feitio por vezes esquece que estamos "presos por vontade", que nós somos dois mas o nosso caminho é só um.

I read it to my husband, that being unsure of temper sometimes he forgets that we are "trapped by will," we are two but our path is only one.

quarta-feira, 28 de março de 2012

As andorinhas


 Elas chegaram na primavera, tinha eu 18 anos, entraram por um vidro que se tinha partido e nunca se colocou novo e instalaram-se na cozinha.
 Era um casal, fizeram o seu  ninho e puseram lá os seus ovos.
 Ficámos muito felizes e honradas por termos sido agraciadas com a sua companhia.
 Ao fim de algum tempo, tínhamos nós acabado de jantar e estávamos à conversa quando um grande alarido nos sobressaltou, as andorinhas voavam em roda do ninho, chilreando frenéticas e nitidamente felizes. Presumimos que as suas crias tinham saído do ovo. Ficámos felizes com elas e por elas e abençoadas por fazermos parte daquele momento.
 A primavera acabou, veio o verão, as crias cresceram e já acompanhavam os pais nos seus voos acrobáticos, até que o verão acabou. As andorinhas juntaram-se ao seu bando e foram-se embora.
 Na primavera seguinte voltaram, os pais e os filhos, presumimos nós. Os pais ocuparam o seu ninho, os filhos construíram os seus e uma nova geração surgiu.
 Num fim de tarde de verão, chegava eu a casa, uma das crias, que tinha entrado na divisão ao lado da cozinha, debatia-se contra a janela desesperada para sair dali. A sua família aflita, chilreava sem parar à porta da cozinha, que estava aberta. Embrulhei a andorinha num casaco, com cuidado para não a ferir, peguei-lhe ao colo, levei-a lá para fora e libertei-a. Voou para junto da sua família que correu ao seu encontro também. De seguida, para meu espanto, voaram à minha volta, chilreando felizes, muitas chegaram a tocar-me a cabeça, voei com elas.
 Tomei aquilo como um agradecimento e aquele momento ficou na minha memória como sendo o mais belo e dos mais felizes da minha vida.



They arrived in the spring, i had 18 years, they went by a glass that had broken and never put new and settled in the kitchen.
It was a couple, have made their nest and laid their eggs there.
We were very happy and honoured to have been blessed with their company.
After some time, we were chatting after dinner when a big fuss called our attention, the swallows flew around the nest, frenetic and clearly happy. We assume that their babies had come out of the egg. We were happy with them and for them, and blessed by doing part of that moment.
The spring was over, the summer came, the chicks have grown and have accompanied their parents in their acrobatic flights. The summer was over. The swallows joined his band and went away.
The following spring they returned, parents and children, we presume. Parents occupied their nest, their sons built their one and a new generation emerged.
During a summer afternoon, I came home, one of the Cubs, who had entered the room next to the kitchen, was flying against the window strogling to get out of there . His family worried was at the door  twitting non-stoping.I wrapped it up with a jacket carefully not to injure, caught him to lap, took it outside and set it free.  It flew to the family who went to meet him too. Then, to my astonishment, they flew around me, happy in a frenetic twitting and flight, many touched my head, I flew with them.
I took it as a thank you and that time stuck in my memory as being the most beautiful and happiest of my life.